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Dia da Mulher

 

O dia oito do corrente mês de Março foi considerado o Dia Internacional da Mulher. Em locais diversos foi esse dia assinalado com comemorações adequadas, todas elas dedicadas à mulher. Mas, naturalmente, à mulher dos nossos dias. E realmente ela bem o merece, pois, aqui e ali, há sinais de perseguição e de afronta à dignidade da mulher e, não raro, agressões brutais ao seu físico débil.

A mulher continua a ser esposa dedicada e, quando o é, mãe carinhosa, muito embora as exigências da vida moderna a obriguem a sair do lar e a ter ocupações diferentes daquelas que lhe seriam mais razoáveis.

Na realidade, é de reconhecer que as famílias, para puderem promover os filhos, necessitam da ajuda monetária da mulher e esta tem de deixar o lar entregue a estranhas, e a procurar ocupação, convenientemente remunerada, na vida política e profissional, para que possa conseguir aumentar, assim, os rendimentos familiares, capazes de suportarem os encargos com as exigências sociais e a educação dos filhos.

Acontece, porém, que nem sempre os resultados são os melhores.

Limita-se o número de filhos, ou evitam-se, muito embora existam as leis de protecção à mãe, para que a  mulher tenha liberdade de acção, que, apesar de tudo, estão em flagrante contradição com as facilidades concedidas para a redução do agregado familiar. E sobre este aspecto haveria tanto a escrever...

Todavia a Mulher dos tempos actuais não deixa de ser, quantas vezes!, vítima indefesa de uma sociedade egoísta que tudo exige e pouco dá.

Mas, passemos em frente e deixemos que o tempo se encarregue de encontrar a solução capaz de debelar a tremenda crise que atinge a família de hoje, crise que  perniciosamente se reflecte mais aguda nos próprios filhos.

Na vida de qualquer homem há sempre uma mulher. Uma mulher que o recebeu em seus braços quando ele caiu no mundo, o acarinhou com ternos beijos, o apertou em amplexos de amor. Uma mulher que tudo lhe deu, o acompanhou no crescimento, o vestiu e calçou, lhe deu o leite, o seu leite ou o leite estranho e, o fez crescer e ser homem.

Uma mulher que não mais é esquecida, embora outra venha mais tarde ocupar um lugar diferente.

Minha mãe, minha mãe! Ai que saudade imensa
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti!

E Guerra Junqueiro termina assim o poema, em “Velhice do Padre Eterno”:
A minha mãe faltou-me era eu pequenino,
mas a sua piedade o fulgor diamantino
ficou sempre abençoando a minha vida inteira,
como junto dum leão um sorriso divino,
como sobre uma forca um ramo de oliveira!

Mas nem só a mãe, ou a sua memória saudosa, merecem ser enaltecidas neste dia que lhe é dedicado. Tantas outras foram heroínas ignoradas e hoje estão esquecidas. Recordo aqui as domésticas, como eram designadas até há umas dezenas de anos passados. Não iam diariamente para os empregos, deixando a casa e os filhos entregues a outras, suas empregadas, mas por casa ficavam, no amanho dos seus lares. Eram cozinheiras e costureiras e, nas horas vagas, bordadeiras.

Outras iam pelos campos, acompanhando os maridos, nos trabalhos da lavoura, ou caminhando, madrugada ainda, até às pastagens para tirarem o leite das vacas da sua lavra, para, depois, em casa, pela tarde, fazerem e tratarem dos queijos, e quão deliciosos eram!, e que, de semanas a semanas, eram enviados, pelos negociantes –os queijeiros –para outras ilhas.

Eram elas que faziam, como hábeis costureiras, as roupas da família, as remendavam, as cuidavam e lavavam, em casa ou nas ribeiras e, quantas vezes, nas costas do mar, aproveitando os fios de água doce que brotavam da terra. E, como diz Junqueiro: à noite, antes do adormecer, ensinavam os filhos a orar ou rezar.

E as mulheres que, já envelhecidas, ajudavam, no amanho das casas, as filhas ou noras, cardando e fiando o linho e a lã para depois tecerem no tear e nele fazerem bons panos que vestiam e agasalhavam a toda família!

A mulher mãe, também era mulher - esposa, carinhosa, meiga e submissa ao marido, mas num verdadeiro amor mútuo, é bom não esquecer, seguindo contudo o preceito da Doutrina Cristã que, aos dois, foi lembrado no acto solene do Matrimónio: Amai –vos um ao outro como marido e mulher. A mulher seja submissa a seu marido!

Um compromisso que era assumido com alegria e amor a vida inteira!

Talvez por isso, é bom recordar tal como um poeta nosso: Hoje, Como é diferente o amor em Portugal!

Saudações respeitosas as todas as Mulheres, sejam elas esposas, mães, filhas ou avós!

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